Foi realizada na tarde desta quarta-feira (21/02) na sede Câmara Municipal de Bonfinópolis de Minas, uma reunião com a presença expressiva da população bonfinopolitana, juntamente com representantes de classes, dentre elas o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Sr. Aldo Brandão, a presidente da Central das Associações da Agricultura Familiar Rita Izabel, presidenta da Associação de Proteção Ambiental Apa Vani Caetano e Ana Maria Valentini, presidente da Associação dos Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais – IRRIGANOR e o representante do município de Bonfinópolis de Minas no CBH Urucuia – Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica Mineira do Rio Urucuia, Vanderlito Nunes de Souza.
O objetivo da reunião foi para o anúncio de um trabalho inédito no município, através de uma parceria feita entre Sebrae, Irriganor, Prefeitura de Bonfinópolis de Minas e departamento técnico da FAEMG através do INAES Instituto Antonio Ernesto de Salvo. Será realizado o primeiro estudo ambiental da bacia do Ribeirão das Almas, uma equipe técnica composta por geógrafo, geólogo e engenheiro ambiental vão coletar e quantificar dados de toda bacia através de uma ferramenta chamada (ZAP) Zoneamento Ambiental e Produtivo.
A apresentação do projeto foi feita pelos responsáveis por financiamento o do projeto e equipe que vai realizar o estudo, pelo gerente do Sebrae Minas da Regional Noroeste, Marcos Alves, o Prefeito Donizete Antônio dos Santos, Presidente da Irriganor – Associação dos Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais, Ana Maria Valentini, e o Superintendente do INAES – Instituto Antônio Ernesto de Salvo, Pierre Santos Vilela, que é o responsável pela equipe que vai realizar o estudo na Bacia do Ribeirão Almas.
Qual a real situação da Bacia do Ribeirão Almas
Esse estudo é uma importante ferramenta para processo de planejamento e desenvolvimento local, a Bacia do Ribeirão das Almas tem sido objeto de discussões com o foco sobre a utilização da água para irrigação de lavouras na região da chapada.
Os constantes debates realizados sem qualquer embasamento técnico e a constatação de denúncias de degradação ambiental feita por alguns produtores, que não representam o comportamento da maioria, vem contribuindo para o aumentando do conflito entre lavouristas irrigantes e população ribeirinha.
Um conflito que pode estar chegando ao fim, pois com a realização de um estudo aprofundado que demonstre uma leitura detalhada da situação de toda bacia do Ribeirão das Almas, feita muitas mãos com a participação de todos que estão às margens do ribeirão, o resultado vai evidenciar real situação da Bacia do Ribeirão das Almas e como está sendo feito o uso da água e do solo. Animação abaixo demonstra alguns dados levantados em estudo realizado na bacia do Ribeirão Santa Juliana.
O estudo vai facilitar ainda a identificação de problemas existentes através do banco de dados que servirá como auxiliar na formulação de ações para correção de problemas apontados, inclusive apresentando qual o valor estimado para cada ação, que poderá ser executada seja por parte dos proprietários, associações ou pelo poder público.
Com o ZAP é possível obter informações sobre o uso do solo, disponibilidade hídrica e das potencialidades de manejo nas propriedade.
O estudo ambiental que será realizado na bacia do Ribeirão das Almas vai aplicar a metodologia do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), que utiliza imagens de satélite, estudos de disponibilidade hídrica, mapa dos solos e paisagens existentes naquela bacia, para assim compor o diagnóstico capaz de fazer a identificação de áreas potencialmente produtivas e as com restrição de produção. Todos os dados coletados serão disponibilizados de forma pública em uma plataforma e qualquer pessoa poderá ter acesso ao estudo através do site da SEMAD.
O sistema vai quantificar e identificar de forma detalhada todo ambiente que compõe a bacia objeto do estudo, apontando em uma plataforma digital de todas as informações existentes.
Os técnicos já estão fazendo visita em campo para levantamento de dados que não podem ser identificados através da imagem por satélite, em uma análise preliminar e superficial a equipe composta por um geólogo, geógrafo e engenheiro ambiental já conseguiram constatar importantes informações.
Segundo uma análise preliminar feita pelos técnicos a estimativa para o futuro é que uma trecho do ribeirão das Almas onde fica localizada as lavouras não vai mais comportar mais nenhum tipo de captação, ou seja não é possível a liberação de novas outorgas além das já existentes. O Ribeirão das Almas não conseguiria atender essa demanda. Uma sugestão para que essa limitação não ocorresse seria a criação de barramentos, porém é necessário um estudo extremamente aprofundado muito criterioso que leva anos para saber se existe viabilidade técnica e ambiental para se utilizar essa alternativa.
Outra constatação apresentada pelos técnicos foi a degradação ambiental existente na região denominada “vão”, área onde é explorada a atividade de pecuária a região tem sido alvo de um processo natural de erosão que vem acelerando ao longo dos anos devido ao manejo irregular do solo, e as consequências disso é a perda de solo fértil, a poluição da água e assoreamentos dos cursos d’água
No mês de abril próximo, será apresentado um relatório final contendo todas as informações coletadas; os técnicos informaram que antes do término de todo estudo será realizado outras reuniões com produtores rurais e sociedade civil para debate e maior entendimento dos dados captados.
A realização desse estudo sem sombra de dúvidas é algo de extrema importância para o nosso município, a parceria e acordos firmados entre produtores, Prefeitura e SUPRAM-NOR feito no último ano tem melhorado significativamente a situação do ribeirão das Almas. O acordo de suspender a irrigação nos meses de estiagem surtiu resultado, hoje o Ribeirão das Almas tem mais volume de água do que o Ribeirão Santa Cruz, no período de maior estiagem isso ficou visível. Inclusive no novo pedido de outorga coletiva feita pelos irrigantes prevê como condicionante para a continuidade da outorga a suspensão de irrigação durante o período de estiagem .
A realização desse estudo sem sombra de dúvidas é algo de extrema importância para o nosso município, a parceria e acordos firmados entre produtores, Prefeitura e SUPRAM-NOR feito no último ano tem melhorado significativamente a situação do ribeirão das Almas. O acordo de suspender a irrigação nos meses de estiagem surtiu resultado, hoje o Ribeirão das Almas tem mais volume de água do que o Ribeirão Santa Cruz, no período de maior estiagem isso ficou visível. Inclusive no novo pedido de outorga coletiva feita pelos irrigantes prevê como condicionante para a continuidade da outorga a suspensão de irrigação durante o período de estiagem .
Hoje 80% do ICMS que recebemos vem da produção agrícola realizada na região da Chapada, recebemos inclusive mais ICMS do que Arinos, município que possui uma economia muita mais pujante do que a nossa. Isso possibilitado nossa administração a manter financeiramente serviços essências para nossa população, garantindo o funcionamento do atendimento a saúde, educação e o pagamento dos servidores em dia. É necessário produzir porém mais importante ainda é ter um meio ambiente equilibrado para que isso possa ser feito da forma correta sem dano ao meio ambiente. O ZAP será uma ferramenta de grande importância para que governo municipal possa fazer o planejamento de ações com apoio da população para corrigir embasado em um relatório técnico.